A angina de peito é um sintoma caracterizado por dor ou desconforto no peito, resultante da diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, geralmente devido ao estreitamento ou bloqueio das artérias coronárias.
Este quadro é mais comum em pessoas idosas e pode ser um precursor de eventos mais graves como o enfarte do miocárdio. A angina manifesta-se, frequentemente, em situações de esforço. O diagnóstico é feito com base na história clínica, exames complementares como o ecocardiograma e testes de esforço.
As Arritmias Cardíacas são distúrbios do ritmo do coração, que podem afetar a forma como o coração bate e o seu funcionamento. Estas perturbações ocorrem quando o impulso elétrico que controla os batimentos cardíacos não segue o “caminho habitual”, resultando em batimentos irregulares, muito rápidos ou muito lentos. Em condições normais, o coração bate de forma regular, mas nas arritmias, os batimentos são irregulares, alterando o fluxo sanguíneo e a eficiência do coração.
A aterosclerose é uma doença que afeta as artérias e é caracterizada pela formação de placas de gordura, chamadas ateromas, nas paredes destes vasos. Essas placas acumulam-se principalmente nas áreas de maior “turbulência” do fluxo sanguíneo, como nas bifurcações arteriais, e provocam um estreitamento progressivo das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo. Esse processo começa de forma silenciosa desde idades jovens e pode ter uma evolução lenta, por isso é importante adotar medidas preventivas desde cedo. A aterosclerose é responsável por diversas doenças graves como a hipertensão arterial, a doença coronária, o aneurisma da aorta e a doença arterial dos membros inferiores, sendo uma das principais causas de morte em Portugal.
A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma condição caracterizada pelo estreitamento ou obstrução das artérias, o que dificulta o fluxo sanguíneo para os tecidos, observada principalmente ao nível dos membros inferiores. O principal fator causador dessa obstrução é a aterosclerose, que afeta cerca de 3% a 10% da população, sendo que este número aumenta para 15% a 20% em adultos com mais de 70 anos. A doença é um importante marcador de risco cardiovascular e está associada a um aumento significativo nas probabilidades de enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
A doença coronária é uma condição caracterizada pela formação de placas de aterosclerose nas artérias coronárias, que são responsáveis pela irrigação sanguínea do coração. Quando essas placas se formam e crescem, podem estreitar ou bloquear completamente os vasos sanguíneos, impedindo que o coração receba a quantidade adequada de oxigénio e nutrientes. Este processo aumenta significativamente o risco de enfarte agudo do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco.
O enfarte do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há uma interrupção súbita no fluxo sanguíneo para uma parte do miocárdio, o músculo cardíaco. A principal causa desse bloqueio é a aterosclerose, ou seja, a acumulação de gordura, colesterol e outras substâncias tóxicas nas artérias coronárias. Essa acumulação forma placas que podem obstruir as artérias, impedindo o sangue de chegar adequadamente ao coração. Quando uma dessas placas se rompe podem formar-se coágulos bloqueando a artéria completamente e interrompendo o fornecimento de oxigénio e nutrientes ao coração.
Embora a hipertensão possa tornar-se numa condição crónica, pode ser controlada com medicação, mas sobretudo com a adoção de hábitos de vida saudáveis, o que significa que podemos prevenir a sua progressão.
A hipertensão, como o nome sugere, ocorre quando o sangue exerce pressão excessiva sobre as paredes das artérias. É a principal causa de doenças cardiovasculares e morte prematura em todo o mundo.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue de forma eficaz, comprometendo a distribuição de oxigénio e nutrientes ao organismo. Em Portugal, cerca de 4,4% da população adulta é afetada, com uma maior incidência em pessoas com mais de 80 anos. Esta condição está frequentemente associada a doenças como diabetes e obesidade, sendo essencial um tratamento global que aborde todas as condições subjacentes.
As valvulopatias são doenças que afetam as válvulas cardíacas, responsáveis por regular o fluxo sanguíneo entre as cavidades do coração e os principais vasos. Quando essas válvulas não se abrem ou fecham adequadamente, pode ocorrer uma série de complicações cardiovasculares. As valvulopatias mais comuns afetam as válvulas aórtica e mitral, podendo resultar em sintomas como falta de ar, dor e arritmias. Se não forem tratadas podem levar a condições graves como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte súbita.
O aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria que ocorre quando há enfraquecimento da parede arterial. A dilatação faz com que o diâmetro da artéria aumente de forma irreversível. O aneurisma da aorta abdominal (AAA) é um dos mais comuns e acontece quando o diâmetro da artéria é superior a 3 cm. A principal causa desta condição é a aterosclerose, que enfraquece a parede arterial. É mais frequente em pessoas com mais de 65 anos, especialmente do sexo masculino, e em indivíduos com doenças cardíacas ou vasculares.
A embolia pulmonar é uma condição grave causada pela obstrução súbita de uma artéria pulmonar, geralmente devido a um coágulo sanguíneo originado, na maioria dos casos, nas veias dos membros inferiores. Esta obstrução pode comprometer gravemente a circulação sanguínea para os pulmões, levando a uma diminuição generalizada da oxigenação e, em casos mais graves, a morte súbita.
A utilização de anticoagulantes como a heparina e a varfarina são fundamentais para prevenir o surgimento desta condição doença. Nos casos mais graves, o tratamento pode incluir terapêuticas trombolíticas, que dissolvem os coágulos, ou até intervenção cirúrgica para remoção do êmbolo.
Endocardite é uma infeção que afeta o endocárdio, a camada interna do coração, geralmente causada por bactérias ou, mais raramente, por fungos. Esta patologia ocorre quando os microrganismos entram na corrente sanguínea e se alojam nas válvulas cardíacas ou em outras áreas do coração. A endocardite é uma condição rara, mas quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves como falência cardíaca, acidente vascular cerebral ou até a morte.
A pericardite é a inflamação ou infeção do pericárdio e pode ser causada por diversos fatores como infeções virais ou bacterianas, doenças autoimunes (como lúpus e artrite reumatoide), insuficiência renal, doenças da tiroide, traumatismos no tórax, enfarte do miocárdio, medicamentos, radioterapia torácica ou neoplasias, incluindo metástases.
O eletrocardiograma (ECG) é um exame rápido e indolor que regista a atividade elétrica do coração. É utilizado para diagnosticar diversas doenças cardíacas, entre elas, arritmias. Durante o exame, os elétrodos são colocados na pele para captar os sinais elétricos, podendo o exame ser efetuado em repouso ou durante esforço físico.
Avalia a resposta do coração ao esforço físico. Este exame ajuda a diagnosticar doenças cardíacas, como isquemia e arritmias. Durante o teste, o paciente caminha ou corre numa passadeira ou pedala numa bicicleta enquanto a atividade cardíaca, a pressão arterial e a respiração são monitorizadas. Este exame é fundamental para avaliar a capacidade cardiovascular, identificar problemas que não surgem em repouso e orientar tratamentos ou planos de exercício de forma segura.
Monitoriza a atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais, permitindo identificar arritmias e outras alterações cardíacas que podem não ser detetadas num eletrocardiograma convencional. O paciente usa um pequeno dispositivo portátil ligado a elétrodos na pele, podendo realizar as suas atividades diárias normalmente. Este exame é fundamental para diagnosticar palpitações, tonturas ou desmaios de origem desconhecida e avaliar a eficácia de tratamentos cardíacos.
Mede a pressão arterial ao longo de 24 horas, permitindo uma avaliação mais precisa das variações ao longo do dia e da noite. O dispositivo regista as medições em intervalos regulares, enquanto o paciente mantém as suas atividades diárias. Este exame é essencial para diagnosticar hipertensão arterial, avaliar a eficácia dos tratamentos e identificar padrões como a hipertensão noturna ou o efeito da bata branca (manifestação de ansiedade durante o contacto com um profissional de saúde).
É um exame de imagem que utiliza ultrassons para avaliar a estrutura e o funcionamento do coração em tempo real. Este exame utiliza ondas sonoras para criar imagens detalhadas do coração, incluindo as câmaras, válvulas, fluxo sanguíneo e o músculo cardíaco. Permite diagnosticar diversas doenças, como insuficiência cardíaca, valvulopatias e cardiomiopatias. Pode ser realizado em diferentes modalidades como transtorácico, transesofágico ou com Doppler, dependendo da necessidade clínica. É um exame seguro, indolor e fundamental para monitorizar a saúde do coração e orientar tratamentos.
Tipos de Ecocardiograma
Ecocardiograma Transtorácico (ETT)
Este é o tipo mais comum e não invasivo de ecocardiograma, no qual um transdutor de ultrassom é colocado sobre o tórax para capturar imagens do coração. O exame permite avaliar o tamanho do órgão, a espessura do músculo cardíaco, o funcionamento das válvulas e a fração de ejeção (quantidade de sangue que é bombeada a cada batimento cardíaco), sendo fundamental para a análise da saúde e do desempenho cardíaco.
Ecocardiograma Transesofágico (ETE)
Ecocardiograma com Doppler
Ecocardiograma de Stress
É uma cirurgia realizada para tratar a obstrução das artérias coronárias, responsáveis por transportar sangue ao coração. Quando essas artérias estão bloqueadas devido, por exemplo, a depósitos de gordura, o sangue não flui adequadamente, o que pode levar a problemas cardíacos graves. Durante a cirurgia, o cirurgião cria um novo caminho para o sangue fluir, utilizando um vaso retirado de outra parte do corpo do paciente. Com a introdução de técnicas minimamente invasivas, tem sido possível a utilização de outros procedimentos para revascularizar o miocárdio, nomeadamente o recurso à colocação de stents (tubos minúsculos de malha expansível, que mantêm as artérias coronárias abertas).
É um procedimento realizado quando uma válvula do coração, como a mitral ou a aórtica, apresenta disfunção ou dano significativo. O procedimento envolve a substituição da válvula comprometida por uma nova, que pode ser biológica ou artificial. Em alguns casos, em vez de proceder à substituição da válvula, é possível a reparação, restaurando a sua função sem a necessidade de substituição completa.
É um procedimento minimamente invasivo utilizado para tratar o enfarte do miocárdio, restaurando o fluxo sanguíneo em artérias obstruídas. A técnica envolve a introdução de um cateter com um balão na extremidade, que é insuflado para alargar a artéria afetada. Muitas vezes, é colocado um stent para manter a passagem aberta e evitar novas obstruções.
O pacemaker é um dispositivo colocado no peito para regular o ritmo cardíaco em pacientes com arritmias. Emite impulsos elétricos para corrigir batimentos irregulares, especialmente em casos de batimento cardíaco excessivamente lento ou outras alterações no ritmo. O procedimento é simples e envolve a colocação do dispositivo sob a pele, na área perto da clavícula. Este tratamento é indicado quando o coração não consegue manter um ritmo adequado, promovendo uma vida mais ativa e saudável para o paciente.